Os clubes de futebol veganos são uma novidade recente no mundo do esporte, mas têm ganhado cada vez mais destaque e adeptos ao redor do mundo. Esses clubes são caracterizados por excluírem o consumo de qualquer produto de origem animal pelos atletas e por promoverem várias ações de ajuda ao nosso planeta.
Novidade no mundo do futebol?
O primeiro clube de futebol vegano do mundo foi fundado em 2014, na cidade de Berlim, na Alemanha. O FC Vegans foi criado por um grupo de amigos que tinham em comum a paixão pelo futebol e pelo veganismo. Desde então, outros clubes de futebol veganos surgiram em diferentes partes do mundo, como o Club Deportivo Guadalajara Vegan, no México, o Athletic Vegano de Gasteiz, na Espanha, e o Vegan Soccer Club, nos Estados Unidos.
O objetivo desses clubes é promover uma mensagem de sustentabilidade, saúde e respeito pelos animais. Para isso, eles buscam implementar práticas sustentáveis em todas as áreas do clube, desde a alimentação dos jogadores até a escolha dos materiais utilizados nos uniformes e equipamentos.
Dentre todos esses times, destaca-se o Forest Green Rovers, um time de futebol inglês que recebeu um reconhecimento especial: A ONU reconheceu o clube por suas metas ousadas para ser um clube de futebol verde. As metas do clube, além de incluírem alimentação vegana, ainda trazem a tona assuntos como energia 100% verde e transporte limpo.
E o Brasil?
Claro que não estamos de fora desta tendência. Com sua sede no Rio grande do Norte, o Laguma SAF pode ser considerado o primeiro clube a abraçar a cultura vegana. Um time recém criado, em abril de 2022, já entrou na segunda divisão do campeonato potiguar. Treinadores e dirigentes do clube apostam em um treinamento pesado que supere, inclusive, atletas que consomem proteína animal.
Características e Inspiração
Uma das principais características dos clubes de futebol veganos é a alimentação. Eles procuram oferecer uma dieta baseada em alimentos vegetais e orgânicos, evitando o consumo de alimentos processados e industrializados. Isso não só beneficia a saúde dos jogadores, mas também ajuda a reduzir o impacto ambiental do clube, uma vez que a produção de alimentos de origem animal é uma das principais causas da emissão de gases de efeito estufa e do desmatamento.
Os clubes de futebol veganos têm o potencial de serem uma fonte de inspiração para outras equipes esportivas e para a sociedade em geral (Afinal, você já percebeu como o futebol influencia o mundo? Basta pensar na Copa do Mundo!). Eles mostram que é possível praticar esportes e ter um estilo de vida saudável e sustentável, sem precisar comprometer os direitos dos animais e do meio ambiente. Praticamente ajudam a quebrar aquele pensamento completamente errado de que atleta só terá um bom desempenho se consumir alimentação de origem animal.
Respeito e Sustentabilidade
Em um mundo cada vez mais preocupado com a sustentabilidade e o respeito aos animais, os clubes de futebol veganos podem ser uma alternativa viável para quem busca uma prática esportiva alinhada com seus valores éticos e ambientais. Eles mostram que o esporte pode ser uma ferramenta de transformação social e que a mudança começa a partir de escolhas individuais.
Mas… e esses clubes tem mostrado resultado dentro de campo?
Se você ainda tem dúvida: O Athletic Vegano de Gasteiz, por exemplo, foi campeão da Copa do Rei de Futebol Feminino em 2018, enquanto o FC Vegans já venceu torneios em Berlim e Hamburgo.
Um fato que me chamou a atenção na pesquisa que fiz para escrever este artigo é que existe uma coisa em comum entre todos os clubes veganos, além da alimentação, é claro. Se trata do fato de todos eles terem uma pegada verde bastante forte em suas culturas, contando com planos de energia limpa e divulgação e ações sobre conscientização da manutenção de áreas verdes ao redor do planeta. Basicamente o cuidado com a biodiversidade e sustentabilidade.
E os resultados práticos na disposição e físico dos atletas? Bom, quem fala sobre isso é o Gustavo Nabinger, ex-atleta, técnico e um dos sócios do Laguna, em entrevista a um podcast: “A recuperação de um treino para o outro, de um jogo para o outro é melhor, o risco de lesão diminui, eles se sentem mais dispostos para treinar”.